Eu sempre tive muita dificuldade em fazer escolhas.
Na adolescência, isso ficava ainda mais evidente: as decisões nunca eram flexíveis, era sempre tudo ou nada. Era sempre sim ou não. Tudo precisava ser definitivo. Por isso, escolher a minha profissão me deixava tão desconfortável. Parecia que sempre estava faltando alguma coisa… nada era bom o suficiente.
Me lembro como se fosse ontem do pânico que senti ao precisar decidir qual seria o meu curso de graduação. Eu sempre tive uma mente inquieta, borbulhante de ideias – porque pra mim, ir para uma faculdade significava muito mais que a escolha de uma profissão, mas trilhar este caminho me levaria a exercer uma função que definiria, também, quem eu sou.
Que responsabilidade gigantesca escolher uma profissão para a vida toda! É claro que isso não é verdade, ninguém precisa fazer a mesma coisa a vida inteira… mas, para a Maria Fernanda de 16 anos, era assim que a vida funcionava. Tudo a ferro e fogo, no 8 ou 80.
A TOMADA DE DECISÃO
Meus professores e meus pais insistiam na ideia de que eu daria uma boa advogada, porque eu sou tagarela demais. Já a minha irmã, pelo mesmo motivo, dizia que eu deveria ser jornalista. Na contramão de todos os palpites, acabei indo para o Design de Moda – curso que nunca me imaginei fazendo, mas foi o que mais me “apeteceu” na correria do último dia do SISU.
Confesso que até hoje preciso lidar com esse jeitinho impositivo de viver a vida, onde não há espaço para os erros ou para assumir minhas vulnerabilidades. Mas, sabe aquele ditado: a pressa é inimiga da perfeição? Quando penso na minha vida aos 16 anos, vejo esse ditado de forma adaptada: a pressa te leva a escolhas impensadas. O que eu realmente quero dizer neste texto não é a forma como eu entrei na faculdade, mas como eu saí dela.
Se com 16 anos eu não fazia a menor ideia de qual rumo seguir, 4 anos depois, eu continuava sem saber pra onde ir – só que dessa vez eu tinha um diploma em mãos. Conversando com alguns amigos, notei que essa frustração pós-diploma é mais comum do que eu imaginava, por diversas razões: a não identificação com o curso, a falta de oportunidades profissionais, a desvalorização da profissão, ausência de perspectivas futuras…
E o ciclo se repete: partimos em busca de novas experiências, à procura de algo que faça sentido. Apostando todas as fichas em uma nova graduação como se a nossa felicidade e realização pessoal fossem circunstanciais: ‘quando eu terminar essa nova faculdade, minha vida vai mudar’, ‘quando eu conquistar este cargo, aí sim ficarei plenamente satisfeito’. Eu não preciso te contar como isso tudo acaba.
A grande verdade é que enquanto estivermos com as motivações erradas, continuaremos insatisfeitos. Continuaremos nessa maçante e contínua busca de preencher um vazio existencial que nenhuma titulação acadêmica ou cargo pode suprir.
O PROPÓSITO
Dia desses assisti a um vídeo bem interessante em que uma pessoa levanta alguns questionamentos que eu nunca havia feito: por que trabalhamos? Por que recebemos um salário? Enquanto você lê essas duas perguntas, eu aposto que a resposta que veio à sua mente foi: porque preciso pagar minhas contas. O que não deixa de ser uma verdade, correto? É comum pensar assim. Fomos ensinados a pensar dessa forma. Mas o vídeo continua, e ele apresenta uma nova ótica para entender e responder essas duas perguntas, que consiste em:
- O trabalho é um estágio de aprendizado;
- O salário é uma ajuda de custo enquanto eu aprendo, e não uma recompensa pelo meu esforço.
Isso girou uma chave dentro de mim. Principalmente porque hoje, aos 27 anos, finalmente compreendi que fui criada para viver dentro de um propósito – que consiste em aprender todos os dias e usar os dons, talentos e habilidades com uma finalidade: propagar o Reino de Deus. A maturidade me ensinou a fazer escolhas mais sábias e a tagarelice, minha marca registrada, se confirmou mais à frente, quando me tornei mestra em Comunicação.
Se tudo o que sei me foi dado por Ele, tudo o que faço também precisa ser Dele. Não se trata de fazer boas obras em busca de uma recompensa, mas fazer o que faço simplesmente porque o amo e sou grata pelo o que Ele já fez por mim.
É isso que faz sentido pra mim. Faz sentido pra você também?
Por Maria Fernanda Almeida Torres – aluna UniMissional.
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