“O Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo” (Habacuque 2.2 – ARA).
Escrever para mim é como estar no meu lugar preferido da casa: íntimo, leve e iluminado. Lá eu me encontro.
Sempre foi assim. Desde menino gostei de expressar por meio das palavras escritas os pensamentos, convicções e lições que vão ganhando vida ao longo das minhas experiências.
Tem a ver com compartilhar (não o pão, mas o verbo), e que redunda em oferecer o maná da sabedoria aos famintos.
Eu escrevo como quem abre a boca e respira profundamente numa manhã de sol – seja por necessidade ou por singelo prazer estético. Acima de tudo, no entanto, que seja um eco da Voz Suprema de Jesus Cristo.
Em tempos digitais, onde “tudo que é sólido se desmancha no ar”, escrever é um ato de resistência em favor da eternidade. Eternas palavras que refletem o Eterno.
Se vocação tem a ver com ouvir uma voz, um chamado, e inevitavelmente obedecê-la, é na palavra escrita que me realizo e me sinto obediente ao Senhor. Obedecer, para mim, rima com escrever.
Eu já gostava de entrelaçar palavras, mas a descoberta do meu chamado divino para a escrita se fez quando decidi estudar em uma escola de missões que não ignorava minha formação profissional (Jornalismo).
Essa escola se chama Centro Evangélico de Missões (CEM), em Viçosa – MG. Lá vivi alguns dos anos mais intensos de minha vida, tanto individual quanto comunitariamente.
Lá, minha visão de vida foi radicalmente transformada por Jesus Cristo. Foi quando aprendi que não há obediência a Deus sem humildade. Aprendi com pessoas maduras que a simplicidade caminha lado a lado com a maturidade.
Portanto, eu não separo o que Deus ajuntou: amor a Jesus Cristo + habilidade profissional + vocação + aprendizado contínuo como discípulo + serviço humilde ao mundo + alegria.
Tudo isso – junto e misturado – constitui um belo e nutritivo cardápio que preenche o meu coração de sentido e propósito em um mundo cada vez mais confuso, superficial e raivoso.
O Senhor disse que somos “templo do Espírito Santo”. E eu sou convicto de que minha vocação é o que acontece quando esse santuário dentro de mim abre suas portas para o mundo e permite que todos e todas se encantem com o rosto resplandecente de Jesus Cristo.
Por Lissânder Dias – jornalista e parte do Conselho do Instituto Missional. É assessor editorial da UniCesumar. Estudou entre 2000 e 2002 no Centro Evangélico de Missões (CEM), em Viçosa – MG. Casado com Kelen e pai do Miguel.