Terminar o mestrado aos 26. Começar o doutorado aos 27. Passar num concurso público. Casar aos 30. Ter filhos aos 33. Quem nunca tentou, também, cronometrar cada etapa da vida, como se ela fosse assim: previsível, regular, sem uma mínima margem de erro para mais ou para menos?
Buscar ter o controle das coisas, como eu já disse nesse texto, é uma das minhas marcas registradas. Tudo o que tenho aprendido agora, no entanto, é que o que temos, na verdade, é um falso controle sobre a vida.
O controle não existe. Nunca existiu. Como se lê em Eclesiastes: “É tudo ilusão. É como correr atrás do vento!”.
Em junho de 2020, finalizei a etapa mais importante da minha vida até então: me tornei mestra em Comunicação. Eu sempre quis ser professora, desde pequenininha, e foi movida por este sonho que cheguei à carreira acadêmica. Até me emocionava ao me imaginar em uma sala de aula.
Sempre gostei muito de ensinar as pessoas e nunca me importei de apresentar algum trabalho na frente da sala. No fundo, eu tinha certeza de que um dia voltaria a ocupar estes espaços, mas assumindo novas funções: a de liderar, cuidar e educar.
CONVOCADA A UMA MISSÃO
O que eu não esperava para 2020 (além de uma pandemia) é que Deus mudaria todos os meus planos. Na reta final da dissertação, me redescobri em Deus e ele não só me deu uma nova identidade, mas me convocou a participar de sua grande missão neste mundo a bordo de um navio.
Missionária. Por essa, ninguém esperava. Inocentemente, até tentei antecipar minha defesa do mestrado para poder estudar em uma escola de missões e viver o grande sonho que Deus colocou em meu coração.
Me revesti de coragem, mandei aquele textão para a minha orientadora… mas ela não compreendeu a necessidade da minha partida. Precisei ficar, esperar pacientemente (ou não) e encerrar o que precisava ser encerrado. Eu sentia que Deus havia colocado um senso de urgência em meu coração. Eu precisava ir. Não sabia bem para onde, apenas sentia que precisava atender a este chamado.
Terminei o mestrado naquele sufoco, porque meu coração já não pulsava mais pela carreira acadêmica. O currículo lattes já não fazia a menor diferença. Os múltiplos caminhos que a pesquisa poderia percorrer já não correspondiam mais aos meus interesses.
Eu compreendo que é através do conhecimento e da ciência que fazemos grandes contribuições à sociedade e eu sou muito grata por tudo o que aprendi com a minha pesquisa. Mas o meu coração ansiava em viver algo novo com Deus. Eu queria fazer algo que fosse além dos meus próprios interesses, mesmo que para isso eu precisasse abrir mão de tudo o que eu havia idealizado.
MUDANDO A ROTA
Acontece que, novamente, Deus mudou a rota. Porque o controle nunca me pertenceu e nunca pertencerá. Ele me trouxe para Maringá e cá estou agora, trabalhando, estudando na UniMissional e sendo lapidada todos os dias. Deixei os meus planos de lado e escolhi confiar nos planos que Ele designou para mim.
Confesso que às vezes os dias são difíceis. Muita gente ainda não entendeu o que eu vim fazer por aqui. Parece loucura ser alguém que frequentou por 4 anos uma universidade pública e quando finalmente conseguiu um título de mestra, escolher “largar tudo e viver pela fé”.
Meus amigos, os caminhos que Deus escolhe para as nossas vidas nem sempre vão fazer muito sentido. E, honestamente, se a gente soubesse de tudo o que Ele vai fazer, certamente estragaríamos o plano. Olhando numa perspectiva humana e racional, minha escolha pode parecer um retrocesso. Mas eu não quero ser bem-sucedida aos olhos das pessoas. Eu quero que o Pai me veja e sinta orgulho de quem eu sou. Quero que Ele se alegre de tudo o que eu faço, porque tudo é por Ele e para Ele.
Para fazer a diferença nesse mundo é preciso ter coragem. É preciso, de verdade, deixar a romantização de lado e compreender que a caminhada também requer sacrifícios.
E, sabem de uma coisa? Ele me deu muito mais do que eu havia pedido. Muito mais do que o conforto de uma casa, da experiência adquirida no trabalho e do aprendizado em sala de aula: ganhei amigos que vou levar para a vida e com eles, construo histórias memoráveis.
Amar a Deus é, sobretudo, renunciar. Mas cada renúncia vai valer a pena. Tudo vai fazer sentido. Eu te garanto que vai!
Por Maria Fernanda Almeida Torres – aluna UniMissional.
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