Eu fiquei quase 10 anos da minha vida lutando com Deus, tentando entender a minha vocação. Então, hoje, está trabalhando diretamente com o Vocare é um presente. É uma forma de ajudar os vocacionados a não demorarem tanto tempo, como eu demorei, para descobrir a vocação.
BREVE HISTÓRIO
Eu fui criado em igreja e sempre fui muito envolvido. Meu avô foi pastor e a minha mãe é uma apaixonada por missões. Então, como a minha igreja era uma igreja missionária, cresci ouvindo as histórias, biografias missionárias e vendo a participação, presença de missionários em campanhas para missões. E isso sempre mexeu muito comigo porque sempre tive um sentimento diferente em relação a missões.
Mesmo assim, estudei normalmente e fiz o processo de entrar na faculdade. Confesso que fiquei naquela crise entrar em uma universidade ou ir para o seminário. Então, meu pai me aconselhou a fazer a faculdade de imediato e se caso eu entendesse que era para fazer o seminário, ou faria. Assim, decidir fazer a faculdade. Fiz apenas dois semestres de engenharia mecânica e mudei para a área de comunicação. Fui de exatas à humanas – prova do quanto eu não sabia bem a minha vocação.
Segui em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda. Mas isso só aumentou minha crise, porque se antes eu achava que não servia para nada na missão de Deus, como publicitário menos ainda. Meu pensamento era “Nunca vi alguém em uma conferência missionária fazendo o apelo: ‘Se você é publicitário e quer ir pra missões…’, geralmente se convida um médico, professor, profissional da saúde…” Então, eu fiquei nessa crise, mas continuei na faculdade.
Mas em 2000, quando eu era líder de jovens da minha igreja, criamos a Semana Jovens de Férias. E a ideia era ser uma conferência de consagração, então convidei o diretor executivo da MEAPE (Missão Evangélica de Assistência aos Pescadores), Marcio Garcia, para ser o nosso Preleitor. E através de uma conversa – constrangedora – Deus falou comigo.
Como estava para me formar, já me achava “O” publicitário! E no final da semana, depois dele ter pregado todos os dias, fui dar minha opinião, como “profissional” da área, sobre um folder da MEAPE que eu tinha achado muito feio. Então ele me falou: “Eu mal tenho grana para manter missionário, como vou contratar uma agência de publicidade para ajeitar a logo marca e tal?”. Naquela hora eu senti como se Deus estivesse me dando um soco no estômago e falando: você é publicitário!
Assim, me reuni com minha prima que era designer, e que estava nessa “crise vocacional” como eu, e criamos todo o material visual da MEAPE. A organização foi divulgando o nosso nome para outras e quando vimos já estávamos assessorando várias agências missionárias que buscavam suporte na área de comunicação.
CONFIRMAÇÃO DA VOCAÇÃO
Passado seis anos, Deus só confirmou que o meu chamado era sim fazer parte da missão dele – porque todos nós somos chamados por ele para fazer parte da Sua missão – especificamente, trabalhando na área de servir quem estava servindo, ou seja, servir aos missionários do Campo.
Assim, entendi que não era para eu ir para o Campo literalmente, mas dar apoio, suporte e mobilizar profissionais dentro das igrejas para que eles pudessem perceber que podem servir na missão de Deus e na obra missionária de diversas maneiras, às vezes, sem nem precisar sair de suas casas.
Então, em 2006 fundamos a Missão Evangélica Base que é uma agência missionária interdenominacional e que tem como objetivo mobilizar profissionais e conectá-los as necessidades do campo, além de atuar no cuidado integral do missionário. A partir daí comecei a entender melhor o que Deus estava querendo para a minha vida e hoje posso dizer que esta é a minha paixão!
Rodrigo Gomes – Missionário da Sepal (Servindo a Pastores e líderes), Diretor Executivo da Missão Evangélica Base, Coordenador do Movimento VOCARE e Diretor Executivo da Associação Brasileira de Missões Transculturais Brasileira (AMTB).